segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A Oeste nada de novo...

Boa tarde. No programa da semana passada vimos que - com o acordo ortográfico - a letra K volta a constar da língua portuguesa ... (lembram-se?)
Em boa verdade, esta letra sempre cá esteve, não vos parece? Pois, nas nossas mercearias ou nos super-mercados sempre vimos e lemos "Kg" e nas vias-rápidas ou estradas por que passamos sempre lá estiveram os "quilómetros", assim mesmo, abreviados com duas pequenas letras: "Km"...
Ora, se repararem bem (e o nosso dicionário da Academia das Ciências confirma-o), este elemento "quilo_" aparece em várias unidades de medida: "kiloampere", "kilobyte", "kilowatt", e por aí fora... Porque será? Como vimos no último programa, porque "kilo_", naquela língua de que temos falado muito - o grego -, significa "mil ou milhar". Pois, faz sentido, não é? Mil gramas e mil metros...
A moral desta história é que - desde a Grécia até aos nossos dias, estas medidas estão presentes no nosso quotidiano e - para as abreviar - sempre usámos o "K" que agora nos dizem que volta a poder estar na nossa língua. Pois que entre (até porque sempre cá esteve...)
Todos sentimos que o modo como escrevemos e falamos está em permanente mudança e que, a cada dia, novos desafios nos são colocados: quem de nós nunca ficou perplexo ou surpreendido com uma mensagem a pedir "kolmi" ou com um reparo (que inicialmente nem sabemos bem se é um insulto) do género "estás a ser tecla 3...".
Já agora, sabe explicar-nos porque é que os miúdos criaram esta expressão..?

Talvez a propósito... (e esta é uma pista para a pergunta que fazemos...)
Hoje prevalecem os telemóveis e a internet, mas aqui há uns anos havia uns 'brinquedos' (que hoje ainda se usam, por exemplo pela polícia ou por seguranças privados) que eram os "walkie-talkies"... Lembram-se?
Ora, se notarem bem, esta palavra é feita de duas palavras inglesas ("walk" e "talk") que nos dizem, mais ou menos, que quem usa este sistema se torna numa espécie de homens "falantes-andantes"... Pois, claro, este é um aparelho de rádio portátil, de pequena dimensão, para emitir e receber mensagens a curta distância"...
Aqueles que estão agora nos trintas lembram-se da moda dos "walkman", não é? Sim, esta foi outra palavra inventada para designar aquele "leitor de cassetes portátil, por vezes com rádio acoplado, com auscultadores leves, para as pessoas ouvirem música enquanto se deslocam". Ora, mais uma vez, lá estão duas palavras inglesas (que significam andar - "walk" - e homem - "man") para descreverem o que faz quem usa este aparelho: um homem que anda e, ao mesmo tempo, ouve música ou notícias, em cassete ou da telefonia...
Com certeza já repararam que hoje estamos a falar de palavras - quase todas importadas do inglês - que começam por W...
Pois, esta é outra letra que, com o acordo (e mesmo sem ser preciso concordar com isso), volta a entrar na ortografia portuguesa.
Mas agora perguntamos nós: será que nós não usávamos o W? (E, por curiosidade: deve dizer-se 'dabliu' ou 'duplovê'?)
Deixamos aqui algumas pistas...
Os filmes de índios e cobóis que nos contavam a "história da conquista do Oeste norte-americano, com lutas e tiroteios", sempre foram os "westerns", não é?
E aquela divisão, por exemplo nos espaços públicos, a que todos temos necessidade de ir, que têm escrito na porta "WC"? Porque será que se chama assim?
Bom, o facto é que desde há muito tempo que, nas bússolas ou em qualquer rosa dos ventos podemos encontrar o símbolo "W" para designar o ponto cardeal Oeste, lembram-se?
Todos os dias, nos écrãs dos nossos computadores, em ligação à "rede", usamos a sigla "www", não é? Já agora, não faz mal lembrar que esta sigla é a abraviatura da expressão inglesa "world wide web"...
Pois, mesmo sem nos darmos conta disso, estamos a usar esta letra W, na nossa língua e, mais importante, nos nossos dias, usos e costumes...
Apesar de parecer moderna - assim com o tom americano que tem - esta letra vem (também...) do grego e (ensina-nos o dicionário...) é a vigésima terceira letra do alfabeto português e é um sinal gráfico que se pode ler como "V" ou como "U".
Portanto, parece que, com ou sem acordo, a Oeste nada de novo...

Sem comentários:

Enviar um comentário